sexta-feira, agosto 05, 2005

A internet – do projeto militar à popularização

Por Evaldo Magalhães


A maior rede de comunicação do planeta foi criada em 1969, pelos Estados Unidos, originalmente com propósitos militares. Sob o forte temor de um ataque nuclear, durante a Guerra Fria, no início da década de 1960, o Departamento de Defesa norte-americano iniciou estudos, por meio da Advanced Research Projects Agency (Arpa – Agência de Pesquisa e Projetos Avançados), que culminaram no lançamento da ARPAnet, rede nacional de computadores. A estratégia do sistema era prover comunicação emergencial, interligando centros tecnológicos e de pesquisa e instalações militares, caso o país sofresse agressões bélicas de outras nações, principalmente da então União Soviética.


O projeto teve a liderança de J.C.R. Lieklider e Robert Taylor, pesquisadores da área de computação. Os dois se ocuparam da idéia criar de uma rede que quebrasse o modelo tradicional de pirâmide conhecido até então, possibilitando a todos os pontos da referida rede o mesmo status, de modo que os dados pudessem trafegar em todos os sentidos. Na primeira fase do projeto, foram interligados ao Departamento de Defesa dos EUA duas universidades – a UCLA, da Califórnia, e a Universidade de Horta – e um instituto de pesquisa, de Stanford, também na Califórnia.


Ao meio-dia de 21 de novembro de 1969, foi realizada uma demonstração do funcionamento da rede ARPAnet, estabelecendo contato entre grupos de pesquisadores distantes 450 quilômetros. Desde então, as conexões da rede cresceram em progressão geométrica: de duas dúzias em 1971, chegaram a 200, em 1981, quando o sistema ganhou o nome de internet. Até meados da década de 1980, embora já com caráter transnacional, a internet se restringia a instituições de ensino e pesquisa, em razão do alto custo dos microcomputadores.


Com o barateamento da tecnologia, porém, o acesso cresceu e, no final daquela década, muitos computadores pessoais já estavam conectados, por meio dos Boleiem Board Systems (BBS). Em 1989, o programador Tim Berners-Lee criou o Enquire, um programa que organizava informações na rede, inclusive as que continham links (atalhos de acesso a outros endereços eletrônicos).


Em seguida, o mesmo programador propôs a World Wide Web (Web), a internet gráfica e com as possibilidades multimídia que hoje se conhece, e, em 1993, com a invenção do Mosaic – interface essencial para o ambiente gráfico –, do também programador Mark Andreessen, foram criadas as condições para a definitiva expansão, aumento de qualidade e popularização da rede.
Em relação à diferença conceitual entre internet e Web, sobretudo no que diz respeito ao recurso do hipertexto e aos benefícios que isso trouxe, cabe citar definição de Souza e Alvarenga:


“Surgida no início dos anos 90, a World Wide Web, ou simplesmente Web, é hoje tão popular e ubíqua, que, não raro, no imaginário dos usuários, confunde-se com a própria e balzaquiana Internet – a infra-estrutura de redes, servidores e canais de comunicação que lhe dá sustentação. Se a Internet surgiu como proposta de um sistema distribuído de comunicação entre computadores para possibilitar a troca de informações na época da Guerra Fria, o projeto da Web, ao implantar de forma magistral o conceito de hipertexto imaginado por Ted Nelson & Douglas Engelbart (1962), buscava oferecer interfaces mais amigáveis e intuitivas para a organização e o acesso ao crescente repositório de documentos que se tornava a internet. Entretanto, o enorme crescimento – além das expectativas – do alcance e tamanho desta rede, além da ampliação das possibilidades de utilização, fazem com que seja necessária uma nova filosofia, com suas tecnologias subjacentes, além da ampliação da infra-estrutura tecnológica de comunicação” (Souza e Alvarenga, 2004, p.1).


A partir de 1992, a internet começou a ser instalada em várias universidades brasileiras, mas ainda sem interfaces gráficas, em máquinas com monitores monocromáticos, com telas pretas e caracteres em branco ou verde. Também não havia um protocolo de transmissão de informações na rede que o unificasse o processo, o que veio a acontecer, no ano seguinte, com a chegada do TCP/IP – conjunto de regras que permitiu a comunicação global.


Foi somente na década de 1990 que a rede começou a se popularizar no Brasil, com o advento da internet comercial. O marco foi o ano de 1995, quando uma portaria do Ministério das Comunicações (004/95) permitiu a competição entre pequenos provedores de acesso, já em atividade, e a estatal Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), que tinha pretensões de monopolizar o serviço. No mesmo ano, foi criado o Comitê Gestor da Internet no Brasil, que passou a gerenciar os domínios “.br”.


Segundo reportagens publicadas pelo jornal Folha de São Paulo em 25 de maio de 1995, considerada como data do aniversário de dez anos da popularização da rede no Brasil, no ano de criação da internet comercial estima-se que havia 20 provedores e 120 mil usuários da rede no País. No final de 2004, segundo o jornal, citando o instituto Ibope/NetRatings, o número de brasileiros com acesso à internet era 17,9 milhões e o total de provedores, 1.219.


Deste total de brasileiros “conectados”, estimava-se, ainda conforme o Ibope/NetRatings, que cerca de 11 milhões eram usuários residenciais e que passavam, em média, em torno de 15 horas diárias ligados à rede, ficando, no mundo, atrás apenas dos japoneses em tempo médio de acesso. Um dos motivos para esse grande número seria a migração contínua, no País, de usuários de internet por ligações telefônicas para a categoria dos acessos por cabo ou banda larga – 2,26 milhões de residências brasileiras contavam com o serviço no início de 2005, segundo o Ibope/NetRatings, de um total de 5,6 milhões de residências conectadas de uma forma ou de outra.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

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4:13 PM, novembro 21, 2009  
Anonymous Anônimo said...

Olá Professor Evaldo, sou o Luciano Rodrigues, seu ex-aluno da Estácio de Sá, lembra? Gostaria que o senhor comentasse aí no seu blog sobre o fim do diploma no Jornalismo. E agora como vamos ficar? Fomos desvalorizados no mercado de trabalho. Obrigado.

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Anonymous Anônimo said...

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